Sobre a Profissão

A restauração de obras de arte, utensílios e construções do passado sempre foi uma fascinante ocupação de muitos profissionais que ajudaram a trazer à luz os fragmentos antigos para que pudéssemos conhecer, entender e apreciar a História do Mundo. O mesmo acontece na multifacetada história da fotografia, onde profissionais de diversas formações se empenham nessa tarefa para recuperar fotos preciosas ou mesmo lembranças anônimas, mas caras ao coração.

Este tipo de restauração é conhecida como restauração física porque é feita nos próprios objetos e requer uma formação especializada, pois utiliza diversas técnicas que exigem o conhecimento do uso de produtos químicos, ambientes de temperatura controlada e um conhecimento geral sobre estilos, culturas e, em muitos casos, da própria História da Humanidade, conforme esta se divide em restauração de telas e afrescos (cenas pintadas em paredes e tetos), monumentos e estilos arquitetônicos de cidades inteiras ou de fotografias em papel.

Com a chegada da revolução digital em todas as áreas, a manipulação de fotografias ganhou uma novo e poderoso aliado, porque com esse grande impulso, poderia-se, pela primeira vez na história, restaurar uma versão digital de uma foto sem a necessidade e o risco de se trabalhar em cima da foto física original, oferecendo ainda recursos consideráveis e impossíveis de se obter no mundo real. Fez-se assim uma distinção entre o mundo analógico (ou físico) e o digital (ou virtual, no computador), que progrediu rapidamente até o nível em que está hoje, embora muitos profissionais ainda trabalhem com o sistema antigo, é claro, porque os objetos e pinturas físicas também precisam ser restauradas, por exemplo, para museus e exposições, na preservação da cultura e história de um país e seus personagens mais importantes.

Entendendo o que vem a ser a restauração digital de fotos

A espera foi longa para a tecnologia digital finalmente chegar a um nível de precisão e qualidade de recursos que permitisse a um fotógrafo ou artista de ótima formação fazer praticamente tudo com um computador com sua visão treinada nas artes gráficas, possibilitando recursos que ampliam em muito o que se podia fazer com uma imagem. Mesmo assim, um bom profissional sempre sabe equilibrar as ferramentas dois dois mundos, para só usar o que for melhor de cada um para um determinado resultado.

Quem é fotógrafo ou trabalha com artes gráficas conhece o termo moiré que significa a retícula de diminutos pontos que, sobrepostas nas cores azul (Cyan), rosado (Magenta), amarelo (Yellow) e preto (Black = K e não B, para não confundir com Blue, ou azul) formam uma imagem colorida impressa numa revista, por exemplo. Esse espaço de cor é conhecido pela sigla CMYK. Na versão digital por outro lado, essa forma de compor uma imagem não é usada para restauração, pois ela precisa ser feita com pixels numa tela de computador que é retroiluminada no espaço de cor conhecido como RGB (Red, Green, Blue).

O ‘Pixel’, por sua vez, é um termo cunhado do inglês, berço da informática mundial, vem da junção das palavras “picture”(simplificado como ‘pix’) e “element” (simplificado como ‘el’). Então, um Pixel ou Picture Element (elemento de uma Imagem) é a menor porção de informação que pode ser vista, entendida ou interpretada por um computador, o que equivale a um ponto na tela, que na verdade é um quadradinho minúsculo que pode ser visto em baixas resoluções ou quando se amplia bastante uma foto, por exemplo. Essas informações contidas num pixel dizem ao computador quais são os valores de cor, matiz, brilho, contraste e saturação das cores ou tons de cinza da imagem, para que esta possa ser mostrada com boa fidelidade na tela. Por esse motivo, uma imagem pode parecer um pouco diferente de um monitor para outro de acordo com como ele foi calibrado de fábrica. Noutras palavras, os monitores não são todos iguais, nem nas cores que mostram! Isso significa também que, na hora de imprimir, ampliar ou ‘revelar’ sua foto digital, essas diferenças ficarão evidentes e um bom restaurador deve conhecer bem seu monitor para não ter surpresas desagradáveis!

O computador é uma máquina que processa informações digitais, ou seja, de dígitos que são binários, em múltiplos de 8 chamados de bits (que depois formarão bytes, kilobytes e os megabytes e gigabytes que você já conhece). Por esse raciocínio simplificado, se vê que um pixel, ou ponto na tela de uma imagem, contém informação binária. Diferentemente dos pontos de retícula de impressão que são estáticos e iluminados pela luz refletida neles (luz do dia ou de lâmpadas), ou seja, parados na informação de tonalidade que contém, um pixel na tela é algo dinâmico que pode ser alterado infinitamente, sempre de forma fresca, pois suas cópias também podem ser infinitas.

Os pixels, agora que já nos tornamos mais íntimos, podemos dizer, são valores numéricos dinâmicos, ou seja, podem mudar constantemente, em tempo real, conforme a vontade do operador, pois são na verdade impulsos elétricos ‘vivos’. Um computador comum de hoje pode mostrar 16.7 milhões de cores e os 256 tons de cinza (do preto absoluto ao branco) no monitor. O olho humano pode ver bem mais do que isso e por isso mesmo é com a visão e trabalho manual do restaurador que a ferramenta computador tem seu melhor uso, reproduzindo as imagens com seu bom gosto, empenho, experiência, conhecimento técnico e, sobretudo, com sua sensibilidade.

Noutras palavras, nenhum computador restaura uma imagem automaticamente e totalmente com um só clique! Se você tinha alguma dúvida sobre isso, agora já sabe!

Os pixels contém então informação, seja de cor ou de tons de cinza, e essa informação é vital para que qualquer imagem seja mostrada na tela do computador, não importando se trata-se de uma foto, uma pintura, um desenho, um jogo em movimento ou um vídeo. Então quando dizemos ‘digitalizar’ queremos dizer: transformar uma imagem em pontos digitais (pixels) binários que contém informação.

Essa informação é a que será usada na restauração digital de fotografias.

Naturalmente, fotos podem já ser digitais se foram tiradas com as modernas câmeras digitais ou celulares e tablets, mas o que importa aqui para nós é a restauração de fotos antigas e/ou danificadas pelo tempo ou por outros tipos de danos e isso geralmente significa que o original está em papel ou em slides e negativos.
A digitalização é feita com um scanner, um aparelho ligado ao computador que varre, ou seja, lê e captura a imagem e a transforma em bits de informação, vistos depois na tela como milhões de pixels.

O processo digital também significa que se pode ter inúmeros recursos como, por exemplo, definir a resolução no momento em que se digitaliza a imagem, para garantir a máxima quantidade e qualidade de informação que cada pixel irá conter.

Resolução significa quantos pixels haverá numa polegada quadrada, por isso é medida em dpi (dots per inch = pontos por polegada em Inglês). Algumas marcas de scanners podem usar outras siglas como o ppp (pontos por polegada) que são a mesma coisa, mas o padrão mundial é dpi.

Se pixels são informação, quanto mais, melhor, porém isso, como tudo, deve ser encarado com bom senso: um número muito grande de pontos por polegada (alta resolução) significará uma imagem mais ‘pesada’ em bytes (grandes somas de bits individuais) ou seja, que requererá mais recursos do processador do computador e memória para manejá-la além de ser mais demorada para ser enviada e recebida pela Internet. Um bom equilíbrio entre tamanho (medidas em cm ou em pixels) e resolução para cada finalidade, permite que se possa manejar uma imagem com alta qualidade e sem dificuldades.

Fotos escaneadas em baixa resolução (de 72 a 150 dpi, por exemplo) não servem para restauração, somente as escaneadas em resolução média ou alta (de 300 a 600 dpi) servem. Existem, é claro, resoluções bem mais altas, mas geralmente não são necessárias para restauração e só deixam o arquivo mais pesado em bytes. Resoluções de 1.200 dpi são úteis, por exemplo para escanearmos slides e negativos.

As fotos em baixa resolução (72 e 96 dpi) são perfeitas para se ver imagens nítidas na tela, mas são insuficientes para restauração e ampliação em papel. Quando isso acontece, dizemos que a foto está ‘pixelada’, ou seja, os pontos (quadradinhos) de tela estão visíveis, estragando a visualização da imagem e sua impressão.

A regra de ouro então é: escaneie sua imagem numa resolução alta (de 300 ou 600 dpi) para obter uma boa quantidade de informação digital da sua imagem. A visão e a experiência do restaurador nesse caso também são importantes para saber julgar um original pelo seu estado e saber o melhor ajuste para escanear, preservando as informações originais ao máximo bem antes de iniciar a restauração. E quando uma foto ou painel não couber na área do seu scanner ou multifuncional, você sempre pode escanear em partes – sem deixar faltar nada! – que nós remontamos depois! Não escaneie através de vidros e prefira refotografar seu original na luz do dia (sem flash!) e com a câmera nivelada se não puder mesmo escanear.

Os scanners também são um assunto a parte, pois há diversos tipos e sua escolha também definirá como você irá capturar uma imagem para dentro do seu computador. Scanners comuns de escritório ou caseiros (multifuncionais), servem para a maioria das fotos, são mais simples de usar e são mais baratos, embora algumas marcas ainda tenham softwares sofríveis que além de lentos na operação do scanner, nem sempre são estáveis e não possuem todos os recursos que deveriam.

Existem scanners mais profissionais hoje no mercado brasileiro para cada finalidade mas os preços são salgados. Pode-se então comprar um scanner para escanear suas fotos ou fazer uso dos serviços de lojas que fazem fotocópias e impressão a laser que digitalizam sua foto para você. Nesses casos, escolha uma boa resolução, escaneie em modo ‘fotografia’ (e não como ‘documento’) e salve nos formatos .jpg, .tif ou .png (evite salvar como arquivo pdf que dará mais trabalho para ser aberto em programas de edição de imagem e perderá a resolução escolhida).

Uma vez dentro do computador, entram em cena os programas de computador que possibilitam a análise e as ferramentas para a restauração de uma foto colorida ou em tons de cinza. Diversos programas podem ser utilizados conjuntamente, não somente os da moda, pois cada um tem seus pontos fortes e o profissional não deve se limitar e sim explorar e saber usar os inúmeros programas (software) que existem. Além disso, há uma infinidade de recursos adicionais para efeitos especiais que são os filtros acrescentados ao programa principal para análise da composição de tons de uma foto, correção de brilho e contraste, histograma, corrigir perspectivas, efeitos especiais, alterar cores, matiz e saturação, remover ruído, colocar texturas, extrair, mudar ou eliminar fundos e assim por diante para tratar cada aspecto a ser restaurado, desde poeira, riscos, rasgos, amassados, mofo e manchas diversas, a fotos desfocadas e até partes faltantes!

Em alguns poucos casos uma foto não pode ser restaurada!

Por exemplo, no caso de pessoas, se estiverem faltando partes inteiras de rostos e não houver outra foto da mesma pessoa como referência, será impossível repor a imagem original. Mas na grande maioria dos casos, pode-se restaurar todos os tipos de estragos além de corrigir a exposição da foto, devolvendo-lhe a vida enfim, até revelando partes antes escondidas e ainda tratá-la com técnicas de Pintura Digital e Colorizar fotos em branco e preto com belíssimos resultados!

Como podemos ver, os recursos digitais transcendem em muito aquilo que se pode fazer apenas restaurando em cima da foto física, de papel, mais adequada à preservação de originais para museus, um trabalho valioso também, sem dúvida. Que nossos pais e avós pudessem ver isso hoje! Como podemos recuperar memórias hoje como nunca antes e de forma acessível a todos e com resultados muito satisfatórios para uma infinidade de usos: para livros, exposições, sites, presentes especiais, álbuns de família, quadros e painéis, pôsteres e banners comemorativos, acervos de empresas, recuperação de fachadas e prédios, vistas aéreas e para decoração original de ambientes comerciais e residenciais.

A restauração de uma fotografia pode levar desde umas poucas horas a muitos dias de trabalho de um único profissional, ou de uma equipe, dependendo da dificuldade, do tratamento desejado e da finalidade. Qualquer computador pode ser usado, mas o profissional dedicado investirá em máquinas robustas capazes de lidar com as imagens que restaura, que é tão importante quanto saber configurá-la e mantê-la organizada com proficiência para essa finalidade, o que juntamente com a visão e perícia do restaurador, faz toda a diferença.

Passamos todas estas informações e muito mais com detalhes no nosso originalíssimo Curso de Restauração Digital de Fotografias que é totalmente em vídeo e online!

O legado e o conhecimento adquirido com a fotografia tradicional é, evidentemente, de grande importância, pois os fundamentos são os mesmos, acrescidos de diversas ferramentas novas do mundo digital. A formação de quem pretende trabalhar com Restauração Digital engloba tudo isso e mais a bagagem pessoal do profissional que deve ser variada e multidisciplinar. Essa é uma das diferenças entre o profissional e quem apenas ‘mexe‘ com os programas para essa finalidade. Outra diferença é a ética do trabalho que o aspirante a profissional deve cultivar para sempre respeitar os limites e cultivar uma ótima relação cliente/profissional e respeitar prazos e o que foi combinado com sensibilidade, bom-senso e confiabilidade. Outro aspecto curioso sobre o legado da fotografia tradicional é que mesmo que o sistema digital não use filme, o termo ‘revelação‘ continua a ser usado por muitos, quando na verdade, só há uma ampliação ou impressão em papel, não importando o tamanho!

Quando se fala em profissão, todos queremos saber algo sobre valores e como a pessoa interessada pode começar, não é mesmo? Bem, primeiro você precisa fazer um bom curso, a não ser que já seja “craque”, não somente nos softwares de restauração como no uso do computador! Para isso recomendo o meu curso ;-), depois disso, uma boa ideia é começar a restaurar fotos da sua própria família e amigos para praticar e adquirir confiança antes de atender clientes reais. Você pode trabalhar em casa como free-lancer, por exemplo. Na nossa experiência, o que realmente vale para uma avaliação sensata em que ambos os lados tenham um valor justo, é ver cada foto, a finalidade a que se destina e depois estabelecer um valor, que começa em R$80 cada foto, e termina em qualquer valor acima disso, dependendo do que o cliente deseja.

Fatores que influem nisso – além do grau de dificuldade do dano a ser corrigido – são se a foto receberá apenas correção de brilho, contraste e cor ou se há muitos defeitos a serem removidos, além disso, a quantidade de pessoas numa foto influi muito, se haverá colorização ou recolorização, cenário, recomposição de fachadas complexas e assim por diante.

Este trabalho dedicado vem sendo realizado por mim através do meu site www.martafotos.com há mais de 14 anos, onde reúno todos estes tipos de tratamento digital com o objetivo de alcançar os resultados mais agradáveis possíveis e assim poder Preservar Suas Melhores Memórias, fato que tenho conseguido como atestam os muitos clientes satisfeitos com o meu trabalho!

Minha vivência passa pelo mundo do paisagismo e pela pintura tradicional em tela e isso me ajudou muito na visualização que a restauração de fotografias requer. Cada imagem requer dedicação, pois cada mancha e cada rasgo têm que ser eliminados manualmente e meticulosamente com as ferramentas digitais apropriadas. Acima de tudo, é necessário gostar do que se faz, é claro, senão será apenas um exercício de paciência que consumirá horas sem prazer ou realização e isso também transparece no trabalho final do profissional!

E com as facilidades do mundo moderno, nem é preciso mais sair de casa para se ter uma foto restaurada: basta me mandar por e-mail ou pelo WhatsApp de qualquer parte do Brasil ou do mundo, para ter uma resposta imediata.

O envio da(s) foto(s) restaurada(s) como arquivo de computador também pode ser por e-mail ao cliente para que este faça a ampliação desejada numa loja de cine-foto ou pelos Correios, transportadoras e moto-boys no caso de ampliações em papel, painéis, retratos em canvas telado, álbuns, fotos emolduradas e assim por diante. Fale comigo pelo WhatsApp (11- 96402-0229) ou pelo meu Atendimento Online neste site e o orientarei com muito gosto sobre a melhor forma de obter um bom resultado, com recomendações sobre os tamanhos viáveis para o seu caso e muito mais!

Trabalho com acervos familiares ou de empresas com diversos serviços que agregam valor ao trabalho de restauração em si devido à nossa formação como Estúdio de Arte & Comunicação e Tradução Nativa do Inglês em mais de 40 anos de atividades, um trabalho bastante diferente no Brasil, reunindo a Criação de Arte, Design & Texto em um só lugar, que convido todos a conhecer aqui.

Espero que esta introdução ao tema tenha sido interessante para você, pois o mundo das artes analógicas ou digitais é realmente fascinante e há muito para se ver e conhecer especialmente quando os sites são dedicados e originais como os nossos!